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  • Foto do escritorrosemari gonçalves

A autonomia da criança a prepara para o futuro

Escolhi a autonomia infantil como tema da minha tese de conclusão de curso em Psicopedagogia Educacional pela FMU por acreditar que essas crianças maravilhosas que estão estudando em casa são uma promessa de equilíbrio emocional que dá inveja aos adultos.

Afinal, durante o Covid-19, elas foram arremessadas muito cedo na incerteza de tudo de Jean Paul Sartre, na civilização moderna e líquida de Zygmunt Baumam, nas incertezas de Friedrich Nietszche e estão se saindo muito bem. O Covid-19 deprimiu, assustou, desafiou... Mas quando a escola se reorganizou, as crianças estavam lá para retomar sua jornada, com certeza bravamente.

Paulo Freire coloca como premissa para a aprendizagem independente “a inconclusão do ser que se sabe inconcluso” (FREIRE, 1996, pág. 24), na necessidade de transgressão do modo mecânico de aprender, sendo o educando respeitado em sua inquietude e curiosidade confrontadas com o ato de aprender em casa. Com isso avaliamos que “a autoeficácia influencia o desempenho acadêmico e, ao mesmo tempo, é influenciada por este” (MEDEIROS, 2003, pág.94).

A pandemia precipitou um isolamento familiar que juntou pais e filhos em ambiente home-office e desafiou os educadores a achar novas práticas de reciprocidade com o educando. É interesse de todos contemplar a autonomia e a capacidade de adaptação nas soluções que o educando encontra ao usar recursos tecnológicos, sozinho ou em atividades grupais. “Por fim, em termos da autonomia das crianças e jovens, ela foi posta à prova durante todo este período. Os alunos que não tinham uma autonomia estabelecida, necessitaram que os seus pais controlassem os horários das aulas e os mandassem sentar às horas estipuladas” (AGANTE, 2020, pág. 1).

Urge que futuras pesquisas possam descrever as mudanças educacionais deste período, apoiando-se a inovação no ensino-aprendizagem através de um ensino híbrido online nessa fase do letramento infantil. Tal postulado requer que o professor priorize a afetividade que confere ao educando senso de autonomia na solução de problemas.

É a conclusão da minha tese que as crianças nos ensinam todos os dias a reaprender a educar.


REFERÊNCIAS

AGANTE, Luísa. Efeitos da pandemia na educação, nas crianças e na escola. FEP – Faculdade Economia da Universidade do Porto, Portugal, 2020. Disponível em https://sigarra.up.pt/fep/pt/noticias_geral.ver_noticia?p_nr=33149


FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Coleção leitura.29.ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.


MEDEIROS, Paula Cristina et al. O senso de auto-eficácia e o comportamento orientado para aprendizagem em crianças com queixa de dificuldade de aprendizagem. Estudos de Psicologia, Natal, v. 8, n. 1, p. 93-105, 2003. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2003000100011&lng=en&nrm=iso>.


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