Somos seres impulsionados pelos impulsos vitais, sim, claro, sr. #Freud!
Entretanto, um núcleo mais profundo em nós, no centro de nós, é o que dispara a intuição de seguirmos ou ignorarmos estes impulsos.
Em "A presença Ignorada de Deus" o psiquiatra e logoterapeuta Viktor Emil Frankl nos alertava sobre sermos instinto e espírito.
Deste lugar que ouso chamar "alma" é que emanam #virtudes, pulsões e responsabilidades. Nesta unidade imponderável nasce aquilo que nos diferencia dos animais, nos torna seres humanos e deixa saudade quando, angustiados pela vida, não reconhecemos nossa espiritualidade.
Essa camada em nós é coberta de outras num todo de camadas concêntricas que apontam para uma consciência de origem. Essa origem, porém, é espírito - e este não tem limites, não olha para si mesmo (pois não está lá), não se explica, não pode ser medido. Ele nos transcende.
A Logoterapia (busca pelo sentido) nos coloca que apenas o psico e o físico não bastam para nossa completude. Se não pudermos ser crentes de #Deus, sejamos crentes de nós! Sim, somos imponderáveis.
Equilíbrio é a reconciliação com o fato de sermos homo-humanus. Saímos do ontológico (dimensão das atitudes num fio de nossa história pessoal) e admitimos que somos espírito em movimento, com atitudes que se avivam originalmente "de fora" do nosso consciente, vindos de um mundo ético e intuitivo (como quando sentimos fortemente que temos de evitar alguém ou algum lugar).
Neste núcleo, somos pluri-perceptivos. Aí está o seu Deus (ou seja, o Reino de Deus está dentro de vós)! Dele surge uma ética de viver ("Da" = aqui + "Sein" = "sua pessoa", termos que somados geram "Dasein" - atuação humana de se lançar às coisas mesmas, aqui mesmo no mundo).
Nesse núcleo espiritual reside algo elevado que é mais que soma de partes. É nossa essência moral. Por isso, ainda que você diga que não acredita em nada divino, está impregnado dele. Ainda que o desconheça.
Essa instância ética em nós é o que nos leva a fazer perguntas sobre nosso #sentido. Se me perguntar onde está Deus, te direi: olha no espelho.
Foto: Angela Peroba
Referência Bibliográfica:
Frankl, Viktor E. A Presença Ignorada de Deus (Vozes, Petrópolis, 10a. edição, 2007)