Um mundo sem certezas
- rosemari gonçalves
- 22 de mai. de 2020
- 1 min de leitura
Já não é de hoje que viver traz incertezas que geram angústia. São escolhas diárias que parecem não ser as mais adequadas, caminhos sem placas de retorno e sem áreas de descanso nessa jornada. Entretanto, a incerteza nos mantém alertas e o instinto de sobreviver precisa estar associado a uma ética da qual não abriremos mão. Vivemos a #Psicologia de encobrimento.
A questão de usar máscaras de proteção quando saímos de nossas casas, trabalho ou transporte é uma das novas escolhas. Deveria ser automático, desde que estejamos em sociedade, saber o que é melhor para o outro e fazê-lo. Simples? Não para todos, pelo que se vê nas ruas.
Entretanto, até não usar a máscara é um ponto de declaração, de postura. É um rompimento, questionável, com aquilo que lhe é imposto.O #linchamento de uma pessoa que se recusou a colocar máscara ou que se distraiu e a retirou por algum tempo em público dentro de um ônibus mostrou que não temos elasticidade para absorver a escolha alheia quando ela nos agride e coloca em risco. Voltamos a pensar com um cajado na mão, prontos a ferir.
Pelo contrário, caímos na armadilha: é a minha vida que defendo? Ou extravaso a sensação de não ter tido escolha espancando alguém?
Não dou resposta, porque não a tenho. Porque com ou sem #máscara de proteção na face estamos diante de um invisível medo abstrato, invasivo, microscópico. De tão pequeno, nos expôs ao nos mascarar e escondidos somos capazes de ser bem violentos.

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