É a vida realmente curta?
- rosemari gonçalves
- 13 de ago. de 2020
- 2 min de leitura
“A vida é suficientemente longa e com generosidade nos foi dada, para a realização das maiores coisas, se a empregamos bem. Mas, quando ela se esvai no luxo e na indiferença, quando não a empregamos em nada de bom, então, finalmente constrangidos pela fatalidade, sentimos que ela já passou por nós sem que tivéssemos percebido”. Isso foi dito por Lúcio Aneu Séneca (4 a.C. — Roma), um filósofo estoico e um dos mais célebres advogados, escritores e intelectuais do Império Romano.
Recortando apenas este entre os adoráveis pensamentos que ele relaciona em “Sobre a Brevidade da Vida”, posso chegar a algumas considerações sobre a brevidade que vivemos colocando sobre nosso tempo. Se são verdades para todos, deixo a você, leitor, tirar uma conclusão. Elas são Verdade para mim.

A vida de cada um transcorre dentro da História, por isso, com nossas ações modificamos o entorno, portanto, imprimimos o que será contado às gerações que nos sucedem. É como seremos descritos aos netos dos nossos netos. E assim como olhamos o presente e o passado como o resultado do que sujeitos comuns ou fenomenais fizeram, o nosso próprio período histórico se alarga infinitamente para todas as direções.
Somos uma soma do que acontece com a matéria e o #espírito humanos e como humanidade estamos ligados a todos os seus personagens. Mesmo que você diga que nada teve a ver com Hitler, ele traçou um futuro do presente ao qual você pertence, assim como Gandhi, Jesus, Einstein, Nero ou Alexandre.
Todos os Césares de Roma e todos os astronautas em suas cápsulas espaciais chegando a novas distâncias estão ligados entre si. Então, o que você faz com seu tempo é muito, muito importante. Como você o aproveita ou desperdiça faz toda diferença para as gerações futuras!
Sêneca nos fala de uma certa forma de passarmos o tempo: viver prestando atenção à vida, focados no amadurecimento. Sem isso, diz ele, a fatalidade nos engolirá sem darmos conta do tempo perdido, desperdiçado. Ou seja, nossa passagem no tempo não terá tido sentido. Foi apenas quimera.
Platão dizia que o tempo é uma sombra da eternidade e por isso mesmo uma ilusão e uma imitação porque a essência humana não falece, ela se transforma, transmigra através de nossas histórias (kronos). Ela é uma sombra da #eternidade que somos. Sem o homem, ele diz, não haveria o tempo. Seu ritmo é cronologia para nós. Mas também é kairós (momento) repleto de oportunidades e dentro de um ilimitado fio de #acontecimentos que se encontra distendido num arco, onde repousa uma flecha em direção ao futuro.
(Continua)
Referência:
Sobre a Brevidade da Vida - Tradutor: William Li (Pesquisa: Google)
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